e nenhuma palavra que se mande
em forma de beijo ou de abraço
bastará para cobrir a distância aberta
pelo prognóstico ―asséptico― eloquente,
como se de repente os trilhos
se bifurcassem
e as mãos
fossem ficando sempre mais longe
umas das outras, a acompanharem os pés,
e as palavras
sempre mais surdas e sós,
encerradas dentro da boca.
Há notícias que chegam de manhã cedo
e já nada é nunca como era.
O céu, esse continua azul ou toldado,
a relva está na mesma, verde ou seca;
está igual o vento, calmo o inquieto,
e a terra gira enquanto a lua a espreita,
volta a volta.
Há notícias que secam os sonhos
como uma insolação o manancial do verbo.
Goián, 8 de junho de 2011