De repente, a media tarde, apetéceme convocar un referendo ou varios (a tortilla de pataca con ou sen cebola?, o pan con ou sen tomate?, vinagreta ou maionesa?). Que me deteñan.
Os cans non entenden que mudamos a hora (continuamos baixo os ditados de Berlín —o da Alemaña, non o das bólas) e queren cear e/ou pasear. Tamén eu quero pasear, pero non é a hora. Cear aínda non: a culpa é do chocolate.
O día menos pensado deixo de ouvir a radio. É a mesma voz (do amo) a todas as horas. Sen fox-terrier ao pé. E o disco, para máis, riscado, erre que erre: pensarán que cremos que é música dos noventa pero eu penso o que me parece (sécolas, trécolas).
E son, son máis curtos os días, pero en troco hai castañas. Total, haberá que durmir para poder espertar (o malo, insisto, é a radio).
Reflexión a posteriori: sempre tiro as fotografías desde o mesmo lugar da ponte. É o mesmo lugar que escolleu o suicida. Talvez non por acaso.
E agora toca prender a luz. Así, tan simple.
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terça-feira, 30 de outubro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Balanço do passeio
A cadela calça peúgas de lodo para entrar no rio. E corre (na disposição das orelhas dela lê-se qualquer coisa parecida com felicidade).
A felicidade é um objecto sensível às perspectivas. As minhas orelhas permanecem visivelmente inalteráveis.
O lodo é o invento mais bem concebido da criação —diz a sanguessuga e, a seguir, acrescenta—: O fedor supera-se só com a falta de olfacto. Fechar os olhos não adianta.
Está vento do sul. Chover ainda não chove.
A felicidade é um objecto sensível às perspectivas. As minhas orelhas permanecem visivelmente inalteráveis.
O lodo é o invento mais bem concebido da criação —diz a sanguessuga e, a seguir, acrescenta—: O fedor supera-se só com a falta de olfacto. Fechar os olhos não adianta.
Está vento do sul. Chover ainda não chove.
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