Nem imaginas o tamanho do silêncio
em que me abandonaste para todas as noites
e eu ainda, viste?, te deverei desculpar,
porque está muito frio e penso
que o teu frio será maior e incurável,
um frio igual ao da terra nua, húmida,
sob as palavras geladas que já não dizes.
Não há lume que me conforte as mãos,
enquanto desfio letras nos poemas
com que tecer um cobertor de ausências
para aconchegar o silêncio que me cresce
por fora e dentro do rosto cansado.
4 comentários:
... letras con que tecer un cobertor de ausencias...
Podo imaxinar tal cobertor tecido por quen ten todas as palabras dentro.
Ahora entiendo (con retraso) lo del microondas.
Bueno, eso también, Ella. Hay el frío del invierno... y el otro.
O difícil é combinalas, Condado, para que abriguen.
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