segunda-feira, 21 de maio de 2012

Uma ilha que não é







A Nova Marina a couso do Rei do Mar

Ao Luandino

—Isto aqui —disse Ele— é um sítio bom para morrer.

Tirara-me as palavras da ponta da alma e à nossa volta era só mar que havia, mar sossegado. Pensei que era, era mesmo, porque um sítio bom para morrer é sempre aquele em que é bom viver . Talvez era do cinzento-azul. Talvez do silêncio manso. Uma ilha que não é ilha porque tem uma ponte delicada que a une ao continente: porta a toda a hora aberta, passagem para caminhar sobre as ondas, deuses nós de cada dia.

Tentei imaginar como seria a ilha sob temporal. Gostei do que ouvi. Pensei que era um sítio bom para respirar e fechar os olhos à escuridão.

2 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Mas quando fechas os olhos à escuridão não surge outra escuridão? Abracinho!

Sun Iou Miou disse...

Pois, Raf, surge, mas é uma escuridão em cores. Abracinho!