Delicio-me na esplanada com o encontro entre o músico e o diabo. Também eu sinto, às vezes, um frio glacial, ou quem sabe não será a debilidade que a longa caminhada me inferiu no estômago. Entro no café e dirijo-me ao balcão. O Zé sorri como se me fosse vender uma enciclopédia a prestações. O que é que eu queria?, hesito. E contemplo os bolos, que se me insinuam provocadores, despidos até de preconceitos. Um, mais redondo, enche-me o olho. Um desses, faz favor, peço. Destes? Desses. Há um silêncio. Ia saindo e lembro o que esqueci: Como é que se chama?, pergunto. Nós dizemos bolo de deus.
Já viu, senhor Luís?, mostro enquanto sento de novo à minha mesa, Cá fora o diabo a tentar-me a um pacto e lá dentro foi o próprio deus que me seduziu.
8 comentários:
Pois eu nin preconceitos, nin despidurías, nin dios que te pariu, tomo os bollicaos de máquina e fan o mesmo efeito contraproducente ou non, será cousa da alma...
A iso chega a xente na capital, Condado? A comer boliños de máquina? Renégote pecado! Queres que che mande un pão-de-lo de Ovar ou uns ovos moles?
Y el Mefisto?
http://www.youtube.com/watch?v=prnW7UA-K8E&feature=related
O home está endemoñado mesmo! Que ten nos dedos?!
Ese tipo, que no es famoso, es el que mejor toca lo más difícil. Cosas do demo.
Sinceramente, este texto tuyo me ha resultado tan difícil de interpretar como o vals Mefisto. Pero me gusta igual.
Yo no sabría interpretar el vals Mefisto y también me ha gustado, Ella. Será por la música? ;)
Que dios nos conserve las orejas.
Las orejas si, pero sin orejeras, que solamente veo eso por aquí...
As orelleiras son moi útiles cando se poñen diante dos ollos, Condado. Na terra dos lobos ouvea coma eles.
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