—Mas, olha, Maria, que se a gente não tratar logo disso, ela vai à vida...
Foi o que o Orlando, muito sério, me disse e eu fiquei (assim, tipo) aterrada, isto é: apavorada e em terra. Não demorei mais o remédio e já a mota descansa na oficina, cuidados intensivos para a bateria moribunda, ou quem sabe?, morta. (Além do mais: as diurnas lucubrações metalinguísticas do caso pintaram-me meio sorriso no canto dum olho.)
Depois lembrei-me deste País, que está indo à vida, também..
A falta de razões, embora composta, é simples:
1. Mergulhei na revisão da tradução dum calhamaço da Literatura Universal (i.e: ocidental) que me adormece durante o dia e me acorda durante a noite. É um trabalho tão fascinante quanto ruinoso, de aí a contínua congelação dos meus dedos.
2. Os serões divido-os entre a leitura de Coetzee (Slowman) e o romance que um amigo desconhecido me confiou antes da sua publicação. E digo-vos: tenho o coração partido entre Austrália e Trás-os-Montes.
3. E que não me apetece ponta de um corno escrever.
Pronto. Ponto.
7 comentários:
:-)
Hai-che épocas assi. Sorte coa moto, que a tenhas de volta rápido e bem!
E pensar que todo pode ser (ainda) muito pior..., LQB.
É o que pasa cando se teñen amigos descoñecidos, que a revolta de palabras non as pon en orde nin unha boa tradutora
O governo aconselha-nos a andar de 'autobus', esquece a mota...
A mota está esquecida na garagem, ó Jonas: é por isso que a bateria foi à vida.
Cá não há autocarros: eu vou de bicicleta: assim evito enfermar para contentar o (vosso, mas também podia ser o nosso) Secretário da Saúde.
Siempre nos quedará el cuatro ruedas para casos de apuro. Pero no deje usted de escribir que nos tiene en vilo.
O quatro rodas um dia qualquer irá também à vida (sem pena, sem glória), Ella. Pernas para que vos quero!
Pois, Condado, mais antes que revolta de palavras é baralhada.
Enviar um comentário