Ou então, digo eu, será o nada:
um vazio mais a sombra
um abismo, a sua ansiedade,
um espelho, o vidro duro,
infinitos que serpeam
engolidos em si próprios,
sem origem, sem final.
Indoméstico o silêncio
quebra o pentagrama
e desprendem-se palavras,
ténues missangas de orvalho
que esplendoram no chão
anunciando a alvorada:
ou então, digo eu, será a vida.
"Escada sem corrimão" de David Mourão-Ferreira. Música de Pancho Salmerón
5 comentários:
Simplesmente um amanhecer, para quê complicar? Abracinho!
siredosiilasido
domiredoosidoree
Menos mal que alguén sabe a música disto.
As missangas de orvalho que esplendoram no chão carecem de mais música, a não ser que a vida careça de alvoradas para ser.
Digo eu, que não percebo nada de missangas nem de alvoradas...
E vida..., vida é o quê?
O infalível Jonas-corrector-desautomático sempre acaba por aparecer com o lápis vermelho a apontar. A mim bem me parecia que era assim, mas o "Aurélio" porfia em dizer que cedilhe. Os donos das palavras, afinal, sabem o quê?
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