Cando saio da casa, noite aínda,
coxeo moito da alma
e dóenme as reviravoltas da mente,
perforada de insomnios.
Logo, camiña que camiña,
a luz agroma entre as nubes
e o frío, invisible e mordaz,
písame nos calcañares,
a sol e a sombra, indiferente.
Cando chego á casa, xa día,
apetéceme meter as mans,
sen aneis, no microondas
e seguir, talvez, viva.
6 comentários:
Posso sentir esse frio.
Depois, sabes, volta o sol. Mais adiante...
É isso que dizem os meteorólogos, Pau: hoje temperaturas de 20ºC. :)
Parabens atrasados… E tanto, casi como o meso tempo que levo sen abrir o ordenata
Iso é bo: non abrir o ordenador, digo.
Ata o mesmo día do ano que vén, sempre estabas a tempo.
Meter as mãos no micro-ondas seria fácil; pior seria conseguires fechar a porta e ligá-lo. Era esse o 'teu filme' cómico, não era não? Esta fez-me lembrar o Pessoa, mas não era preciso fingir tanto para se ser poeta, pois não ? ;)
(o regresso do poeticida, pensarás...) ;)
Também posso cortar as mãos antes de tentar fechar a porta.
(Poeticidas são bem-vindos sempre, penso.)
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