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A esplanada estava deserta. Nem sequer o senhor Luís, freguês constante, com direito a mesa reservada, apareceu. Parecia um feriado qualquer, naquele silêncio da primeira hora da tarde na rua, quando ainda as famílias estão reunidas à mesa em volta da azia. Vinha, porém, no ar um bafo pesado, de resignação, que se reflectia no olhar esquivo dos empregados que atendiam atrás dos balcões, também no café onde comprei o pão e no quiosque onde agora me guardam o JL. Só depois, de regresso à casa, enquanto atravessava a ponte, reparei em que era 22 de março de 2012.
(Algum dia terei de estudar o que é que tem essa ponte que faz com que o meu cérebro funcione.)