sábado, 15 de novembro de 2014

Frío

Cando saio da casa, noite aínda,
coxeo moito da alma
e dóenme as reviravoltas da mente,
perforada de insomnios.

Logo, camiña que camiña,
a luz agroma entre as nubes
e o frío, invisible e mordaz,
písame nos calcañares,
a sol e a sombra, indiferente.

Cando chego á casa, xa día,
apetéceme meter as mans,
sen aneis, no microondas
e seguir, talvez, viva.

6 comentários:

pau disse...

Posso sentir esse frio.
Depois, sabes, volta o sol. Mais adiante...

Sun Iou Miou disse...

É isso que dizem os meteorólogos, Pau: hoje temperaturas de 20ºC. :)

Pancho Salmerón disse...

Parabens atrasados… E tanto, casi como o meso tempo que levo sen abrir o ordenata

Sun Iou Miou disse...

Iso é bo: non abrir o ordenador, digo.

Ata o mesmo día do ano que vén, sempre estabas a tempo.

Jonas disse...

Meter as mãos no micro-ondas seria fácil; pior seria conseguires fechar a porta e ligá-lo. Era esse o 'teu filme' cómico, não era não? Esta fez-me lembrar o Pessoa, mas não era preciso fingir tanto para se ser poeta, pois não ? ;)

(o regresso do poeticida, pensarás...) ;)

Sun Iou Miou disse...

Também posso cortar as mãos antes de tentar fechar a porta.

(Poeticidas são bem-vindos sempre, penso.)