sábado, 23 de março de 2013

Tão de manhã cedo

É sábado e eu viajo pelo Galway das Irlandas: música e rumor de mar, esse clássico, e talvez o sal. E de repente apeteceu-me um malte (sei lá, Cork nos ouvidos fura).  Tantos lugares comuns desabitam-me e um silêncio: um esquecimento frio na cova da memória.

Nada faz sentido à luz da noite. Nem a chuva.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Desfase temporal

Un día na vida de Leopold Bloom son sete meses da miña vida (e seguen sen darme as contas).

P.S.: A 4 de novembro de 2013, foi un ano: as contas non deron.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Canto de primavera

Floriam galinhas no meu quintal e eram
como primaveras. Dançai, dançai, minhocas!,
gritei, nos bicos das aves e contorcei-vos
que melhores dias não virão e a vida
não vos há-de dar asas nem voos maiores.
É agora ou nunca a vertigem, o sonho
que agoniza voejante, inútil, malogrado,
a dois palmos sobre a terra e mas
será ovo, na minha boca famenta
fecundo, branco, amarelo. Dançai,
que amanhã serão bico as minhas mãos
e minhoca bailarina o pescoço delas.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Croc sprch

Vin un abismo aos meus pés e saltei.
(E eu sen asas.)

domingo, 10 de março de 2013

Os silencios

De todo o que che digo
para ti só é o que calo.

sábado, 9 de março de 2013

Saldo

Agora que fago contas á vida
sáenme todos os números quebrados.

terça-feira, 5 de março de 2013

domingo, 3 de março de 2013

Somos imbéciles

E foi así como espertei hoxe, desimbecilizándome nun lento olhar para o mundo: escoitaba a radio e sorrín contendo as bágoas. Impóñense mudanzas de actitude. Ou entón, mellor ferrar un tiro no estómago. É noite aínda e non vai ser día tan cedo pero o sol xa está aí, vente ou chova.

Respirar fundo, abrir as mans e os ollos, plantar soños.

Devagar cara ao infinito. Tempo ao tempo.